A criação na docência: dos processos poéticos ao ofício de ensinar. 

Priscila Leonel, Eliane Patrícia Grandini Serrano

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Comunicación 

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Ser professoras nos convoca a encontrar maneiras de como tornar o ensino de arte, um projeto emancipador e reestruturador das identidades, uma vez que a hierarquização das relações, infelizmente, tem atravessado o processo educativo brasileiro. Neste trabalho, utilizaremos a cerâmica como possibilidade educativa, almejando, propor outras reconfigurações de sociedade e reconfigurar as possibilidades de ser e estar no mundo. Como professoras artistas, nossa prática pedagógica visa estimular nos alunos uma experiência transformadora nos processos artísticos, que estimulem a conexão com sua cultura e ancestralidade. Se considerarmos o posicionamento freireano, ao dizer que educar é um ato de intervenção, assumimos uma postura de resistência, frente as incongruências, de nosso processo histórico, que reverberam no cotidiano dos alunos. Segundo o antropólogo francês David Le Breton (2016), o indivíduo percebe sua existência pelas ressonâncias sensoriais e vivências que o atravessam. Ao trabalharmos com a linguagem poética da cerâmica, é possível propiciar experiências estéticas e estésicas. A professora, artista e pesquisadora Maria Bethania Silveira (2014), diz que a argila pode fazer surgir uma reflexão por seu simples comportamento processual, pois ela possui como essência os princípios da transformação, da gestação, da germinação, do efêmero, do ciclo e do reciclar. Podemos então perceber que tais dispositivos poéticos transformam e ocupam um lugar sensível de protagonismo do ato artístico de ensinar e aprender.